Termos semelhantes:

Derrame papilar, Fluxo papilar, Secreção mamária, Secreção mamilar, Telorragia.

A saída de líquido pelos seios é uma queixa mamária bastante comum, levando as mulheres a procurar o atendimento na Mastologia.

Essa alteração pode ocorrer de forma:

  • espontânea, sendo evidenciada pelo sutiã ou roupa suja na área do mamilo,
  • provocada, quando a secreção só sai com a expressão da papila.

É importante fazer essa diferenciação na hora de investigar a origem, pois o ato de apertar o mamilo para conferir se está saindo líquido pode estimular ou agravar o fluxo. Logo, não se deve criar o hábito de fazer a expressão da papila de forma rotineira, deixando esse ato para ser feito durante a consulta médica no exame físico.

Felizmente, 95% dos casos de descarga papilar tem causa benigna. Mesmo com essa porcentagem alta de benignidade, o derrame deve ser avaliado por um especialista.

Quando a mulher apresenta essa queixa, deve ser investigado sobre o início, duração e características do líquido. Questiona-se o uso de medicações, assim como fatores de risco e história familiar  – sempre deve ser descartada a possibilidade de um câncer de mama ou doença que necessite de tratamento específico. Nesse momento é feito o exame físico completo das mamas e axilas pela mastologista, de uma forma que seja possível a avaliação dessa secreção sem provocar demais lesões.

O fluxo papilar pode ser classificado de acordo com suas características:

  • Fisiológico
  • Patológico
  • Galactorreia
  • Pseudoderrame

O fluxo papilar fisiológico é a secreção normal da glândula mamária, não sendo motivo de preocupação. Pode ocorrer devido a manipulação ou estímulo dos mamilos por meio de expressão, massagem, sucção ou compressão. Geralmente envolve múltiplos ductos e coloração variável (desde o branco-amarelado ao esverdeado e acastanhado), mas não costuma ser sanguinolenta nem transparente.

Esse tipo de derrame mamilar na maioria das vezes não precisa de tratamento específico, somente orientação. Costuma desaparecer sozinho quando se interrompe o estímulo e o hábito de ficar apertando a papila. Se os exames de rastreio de câncer de mama estiverem em dia e sem alterações, não é necessária nenhuma investigação adicional.

Quando a secreção do mamilo se apresenta de forma aquosa/transparente ou sanguinolenta, proveniente de um único ducto, unilateral, persistente e espontânea, é preciso atenção, pois são características suspeitas e definem um fluxo papilar patológico, indicando a possibilidade de uma doença associada como o câncer de mama.

No caso de suspeita de doença mamária que esteja provocando o derrame da papila deve-se prosseguir a investigação com exames de imagem – ecografia mamária, mamografia e, quando indicada, a ressonância magnética das mamas. É indicada a realização de biópsia cirúrgica de lesões encontradas nos exames de imagem, para excluir ou confirmar a presença de doença maligna.

A galactorreia ocorre quando há fluxo papilar composto de leite fora do período da amamentação. Costuma ser bilateral envolvendo múltiplos ductos. São causas a manipulação excessiva do mamilo, exercício, estresse, tumores que produzem prolactina, herpes-zóster, insuficiência renal crônica, hipotireoidismo e alguns medicamentos.

Geralmente está associada ao aumento dos níveis de prolactina no sangue – hiperprolactinemia. Esse hormônio regula a produção de leite e é produzido por uma glândula na base do cérebro chamada hipófise.

A investigação nesse caso, além dos exames de imagem da mama, necessita de exames de sangue para avaliação da função renal, função da tireóide, dosagem dos níveis de prolactina e teste de gravidez.

O tratamento da galactorreia vai depender da causa e envolve o tratamento da doença de base quando existente ou a suspensão de medicamentos que estejam provocando esse fluxo. A cirurgia pode fazer parte do tratamento quando a origem da secreção for um tumor na hipófise, sendo indicada sua remoção.

Mulheres na pré-menopausa podem apresentar uma galactorreia idiopática transitória, que é a saída do leite com níveis normais de prolactina no sangue. Essa situação tem resolução espontânea, não precisando de nenhum tratamento específico.

Pseudoderrame é a secreção proveniente de outras fontes como mamilos invertidos, infecção de glândulas sebáceas, lesões e/ou maceração da pele. Alterações na região do mamilo e da aréola provocadas por picadas de insetos, eczemas e demais inflamações locais podem sujar a roupa e dar uma falsa impressão de fluxo papilar.

É importante manter o acompanhamento regular com a mastologista para manter os exames em dia, assim como ter orientações sobre o que é normal para as mamas. Na consulta busque orientações relacionadas ao autoexame e possíveis causas de fluxo papilar para evitar preocupações e lesões nas suas mamas.

Dra. Gabriela Albuquerque

Mastologista em Brasília, CRM-DF: 16449, RQE: 15918

Mastologia

“A mama é o símbolo da feminilidade e poder. Que seja foco de nossa atenção e cuidado diário.”

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