Ressonância magnética das mamas

Indicações de exames de imagem:

Rastreamento: Teste realizado em indivíduos sem sinais ou sintomas da doença, com a finalidade de detectá-la na fase assintomática.

Diagnóstico: Teste realizado em indivíduos com sinais ou sintomas da doença, com objetivo de confirmar ou afastar a hipótese diagnóstica.

Ressonância Magnética das Mamas com Contraste

A ressonância magnética das mamas foi incorporada na prática clínica na década de 1990 e hoje é o método mais sensível na detecção do câncer de mama, com várias indicações específicas e bem estabelecidas, para que a relação custo/benefício seja favorável.

Como todos os métodos, apresenta pontos fortes como a alta sensibilidade e a não utilização de radiação ionizante, porém também pontos fracos como a menor especificidade e a necessidade do uso de contraste endovenoso.

Atualmente, não existem dados que deem suporte para o rastreamento com ressonância magnética para as mulheres de risco populacional usual.

No casos das  mulheres de alto risco, como por exemplo mulheres com mutações e/ou determinadas síndromes genéticas e mulheres submetidas a irradiação torácica quando jovem, a ressonância magnética deve entrar como método de rastreamento a partir dos 25 anos de idade.

Algumas indicações diagnósticas que devem ser ressaltadas:

• Suspeita de recidiva de câncer de mama no exame clínico e/ou mamografia e/ou ultrassonografia.
• Avaliação de carcinoma mamário oculto.
• Avaliação de resposta à quimioterapia neoadjuvante (exame pré e pós).
• Planejamento terapêutico após o diagnóstico de câncer de mama.
• Avaliação de derrame papilar;
• Avaliação de implantes mamários e suas complicações (coleção, deslocamento, rotação, ruptura, contratura capsular).
• Avaliação de achados inconclusivos nos métodos convencionais (mamografia e ultrassonografia).

Técnica do exame:

1. Conhecer a indicação do exame. Obs.: Se for um exame de rastreamento em paciente de alto risco, o ideal é agendar durante a segunda semana do ciclo menstrual (7^o-14^o dia).
2. Posicionamento da paciente em decúbito ventral e explicação da rotina do exame: dura habitualmente entre 20-30 minutos, manter um padrão de respiração leve para evitar artefatos, avisar o momento da injeção do contraste e colocar uma campainha na mão da paciente para que ela possa se comunicar caso sinta qualquer desconforto.

Limitações:

O princípio da RM das mamas é o aumento do número e da permeabilidade dos vasos na região do tumor (neoangiogênese). Desta forma, todas as lesões que apresentem baixa neoangiogênese, serão de difícil detecção na RM.

As principais contraindicações são:

• Portadores de marcapasso cardíaco e desfibriladores;
• Clipes de aneurisma cerebral ferromagnéticos;
• Implantes cocleares não removíveis;
• Alergia ao contraste endovenoso (gadolínio);
• Gestantes;
• Claustrofobia severa.

Urban L et al. Radiol Bras. 2017;50(4):244-9.
Urban, Linei; Chala Luciano; Mello, Giselle. CBR Mama. 1ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2019.