Termos semelhantes:

Amamentação, Lactação, Aleitação, Alactamento.

Que a amamentação traz benefícios para a saúde da mãe e do bebê não é segredo, mas muitas mulheres apresentam dificuldades na hora do aleitamento por falta de informação ou suporte. Apesar de ser um processo fisiológico onde o corpo feminino é preparado para tal, nem sempre é fácil ou isento de complicações.

Amamentar é muito mais do que alimentar a criança, envolve interação profunda entre mãe e filho, com fortalecimento do vínculo e repercussões positivas no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.

Existem algumas formas de preparação para o aleitamento que a mulher pode fazer desde a gestação para evitar algumas das complicações mais comuns. O banho de sol nos mamilos ajuda a fortalecer a pele e prevenir fissuras, também conhecidas como rachaduras. Outra medida importante é lavar as mamas na área dos mamilos e aréolas apenas com água sem usar sabonete para não retirar a proteção natural desta área.

A primeira mamada deve ser ainda na sala de parto, na primeira hora de vida do bebê, se a mãe e o bebê estiverem em boas condições e se esse for o desejo da mãe. Isso diminui a taxa de mortalidade neonatal (período até o 28o. dia de vida) e reduz os riscos de hemorragia materna por proporcionar contrações uterinas no pós-parto, pois a sucção da criança faz a mãe produzir e liberar a ocitocina, um hormônio que ajuda na contração do útero. Se o bebê sugar antes de a placenta sair, a ocitocina liberada pela amamentação pode acelerar a expulsão da placenta. A amamentação logo após o parto é importante também para o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, além de ajudar na “descida do leite”. Quanto mais a criança mama, maior será a produção do leite pela mãe, por isso a livre demanda deve ser estimulada desde o início.

O colostro, que é o primeiro leite produzido pela mãe logo nos primeiros dias após o nascimento, tem uma apresentação grossa e amarelada e é considerada a “primeira vacina” do bebê. O leite humano não é só um alimento. Ele é um sistema complexo, que além de conter elementos de defesa e nutrição, também fornece hormônios e micróbios benéficos ao intestino infantil. Esses microrganismos, especialmente algumas bactérias como lactobacillus, são importantes componentes ativos do leite humano, que contribuem para a formação da flora intestinal do bebê.

Para que a criança consiga retirar o leite com eficiência, é preciso que ela esteja mamando em uma boa posição e com a pega adequada. Também ajudam a ter mais leite se a mãe estiver em um ambiente tranquilo e sem estresse, tomar bastante líquido, dormir bem e aproveitar para descansar enquanto o bebê também dorme. A informação é importante para que as crenças, os mitos, as influências familiares, culturais e sociais que atrapalham a amamentação não tragam ansiedade e insegurança.

A mãe deve oferecer os dois seios em cada mamada, mas é bom que a mãe comece cada mamada pelo peito em que o bebê mamou por último. O leite do início da mamada tem mais água e mata a sede. O leite do fim da mamada tem mais gordura e por isso mata a fome do bebê e faz com que ele ganhe mais peso. A mãe deve deixar o bebê mamar até que fique satisfeito, esperando que ele esvazie uma mama para então oferecer a outra, se ele quiser.

Até os 6 meses de vida a criança não precisa de nenhuma outra fonte de alimento ou hidratação além do leite materno, esse sendo oferecido em forma de livre demanda. Após esse período, outros alimentos devem ser introduzidos, mas o aleitamento deve ser mantido até os dois anos de idade da criança ou mais. As vantagens são inúmeras. Dentre as principais destaca-se o fato de que a criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição.

Como vantagens maternas, a mãe que amamenta volta mais rapidamente ao seu peso normal. Essas mulheres também têm reduzidas as chances de desenvolverem diabetes e infarto cardíaco. Já foi citada a redução da hemorragia após o parto e é fator protetor contra o câncer de mama, sendo que essa proteção aumenta com o tempo de amamentação. As mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolverem câncer de endométrio (revestimento interno do útero) e de ovário, principalmente se a amamentação for prolongada. Durante o processo do aleitamento, ocorre liberação de hormônios (endorfinas) que aumentam a sensação de prazer e felicidade para a mulher. As mulheres que amamentam exclusivamente, que ainda não voltaram a menstruar após o parto e cujos filhos têm menos de 6 meses, têm menor chance de engravidar. Esse método anticoncepcional é chamado Método da Amenorréia Lactacional – LAM.

Dicas para a amamentação:

  • manter os mamilos secos sempre que possível sem uso de protetores ou absorventes mamários – evita a umidade e possível infecção por fungos
  • usar sutiã firme com alças largas para maior conforto e sustentação das mamas
  • não usar cremes ou pomadas nos mamilos e aréolas
  • observar a pega adequada do bebê – boca bem aberta, os lábios voltados para fora, o queixo toca a mama e se enxerga mais aréola acima do que abaixo da boca do bebê
  • evitar o uso de conchas, pois a drenagem espontânea e frequente, causada pela pressão da concha na mama com o sutiã, pode atrasar a regulação da produção láctea, bem como provocar inchaço e lesão na aréola
  • avaliar com especialista em caso de lesão nos mamilos para definir a causa e o tratamento precoce para evitar complicações

Uma consulta ainda no período gestacional deve esclarecer a respeito da pega e posições adequadas para mamar, livre demanda, o que fazer se a mama estiver muito cheia ou ingurgitada, como prevenir rachaduras, dor nas mamadas e a tão temida mastite. As devidas orientações podem evitar complicações frequentes neste período e tornar o aleitamento um processo prazeroso e vantajoso para o binômio mãe-bebê.

Dra. Gabriela Albuquerque

Mastologista em Brasília, CRM-DF: 16449, RQE: 15918

Mastologia

“A mama é o símbolo da feminilidade e poder. Que seja foco de nossa atenção e cuidado diário.”

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