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Inflamação mamária, Infecção mamária.

As mastites são inflamações do tecido mamário, que podem ou não ser acompanhadas de infecções. A ocorrência mais comum é no período do aleitamento, acometendo 10 a 30% das mulheres que amamentam. Porém existem outras causas que podem se apresentar na mulher não lactante, em homens e em crianças.

​O principal tipo de mastite é a lactacional, aquela que ocorre no período da amamentação. Está relacionada a dificuldades ou interrupção da amamentação. Esse processo geralmente decorre de lesões (fissuras) no mamilo, levando a estase láctea e acúmulo de leite, favorecendo o crescimento de bactérias.

A mastite não-lactacional é menos comum. Seu principal tipo é a mastite periductal, também conhecida como mastite subareolar, e está associada a dilatação e inflamação dos ductos principais, localizados próximos à aréola. Acomete principalmente pacientes entre 30 e 45 anos e o tabagismo tem sido associado a essa doença pela alteração da flora bacteriana e efeito tóxico direto nos ductos mamários.

Podemos citar como outros tipos de mastite não-lactacional a mastite granulomatosa idiopática e a mastite diabética, ambas auto-imunes, e as mastites causadas por agentes menos comuns como fungos e tuberculose.

Os sinais de inflamação geralmente são locais e unilaterais e incluem a dor, inchaço de uma parte ou de toda a mama, vermelhidão da pele e aumento de temperatura no local. Outras queixas comuns são febre, mal-estar, calafrios, palpitações e dor de cabeça. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e estão relacionados à gravidade de cada caso.

O diagnóstico é quase sempre clínico, definido com a história da paciente e o exame físico.

Os exames laboratoriais podem demonstrar aumento dos leucócitos e mediadores inflamatórios, mas quase sempre esse resultado é inespecífico e pode ser dispensado. Em caso de abscesso profundo, o diagnóstico clínico pode ser difícil e os exames de imagem como a ultrassonografia mamária podem ajudar, orientando inclusive uma punção para retirada do pus alojado no tecido. Nesse caso pode ser realizada cultura dessa secreção para identificação do agente infeccioso e guiar o tratamento adequado.

Um ponto importante quando falamos do diagnóstico de mastite aguda é diferenciar de um tipo de câncer de mama chamado de carcinoma inflamatório. Essa entidade tem a apresentação clínica parecida, rápida e agressiva, com sinais e sintomas de inflamação local. A causa e o tratamento, porém, são completamente diferentes da mastite. Felizmente, é uma doença rara, correspondendo a 2,5% de todos os tumores malignos da mama.

O tratamento de um quadro de mastite consiste em medidas anti-inflamatórias e combate à infecção, iniciando-se com antiinflamatórios e antibióticos (visto a maior prevalência de mastites associadas à infecção). Mastites crônicas ou de apresentação incomum devem ser avaliadas de forma individualizada, buscando o diagnóstico correto e direcionando a conduta.

Procedimentos cirúrgicos podem ser necessários em casos de fístulas mamárias ou abscessos, onde devem ser puncionados ou drenados cirurgicamente.

No caso da mastite lactacional não é recomendada a suspensão da amamentação, salvo casos de lesões importantes na área da aréola onde a dor impossibilite a mamada. Deve ser orientada a extração do excesso do leite da mama acometida (de forma manual ou aumentando a frequência das mamadas), uso do sutiã adequado e massagens delicadas na região afetada. É preciso cautela no uso das compressas, tanto frias quanto quentes, pois podem provocar queimaduras na mama, além de interferir no processo do aleitamento. Como prevenção, uma boa orientação da lactante referente a pega adequada da criança e cuidados locais de higiene em geral são suficientes.

A prevenção das demais mastites engloba o reconhecimento precoce dos sintomas para evitar complicações, principalmente para os casos de mastite crônica, onde podem ocorrer manifestações agudas da doença. Na mastite periductal, a suspensão do hábito de fumar é fundamental.

As gestantes podem ainda antes do parto buscar orientações para evitar o ingurgitamento mamário e consequente mastite. Ao menor sinal de alteração das mamas, seja na gestação, puerpério ou período não lactacional, procure uma avaliação com um especialista para as devidas orientações e tratamento.

Dra. Gabriela Albuquerque

Mastologista em Brasília, CRM-DF: 16449, RQE: 15918

Mastologia

“A mama é o símbolo da feminilidade e poder. Que seja foco de nossa atenção e cuidado diário.”

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