Uma fissura anal é um pequeno rasgo ou corte no revestimento do canal anal. Elas podem ocorrer em qualquer idade e têm distribuição igual por gênero. Entre 85% e 90% das fissuras ocorrem na linha média posterior (atrás) do ânus, com cerca de 10% a 15% ocorrendo na linha média anterior (frente). Fissuras localizadas em outro lugar (ao lado) devem levantar suspeita de outras doenças e precisarão ser examinadas mais detalhadamente.
Causa
As fissuras são geralmente causadas por traumas no ânus. A evacuação endurecida e seca é a principal responsável, mas fezes moles e diarreia também podem ser a causa. A lesão no tecido cria dor anal intensa, resultando em espasmos do esfíncter anal e um aumento subsequente na pressão do músculo do esfíncter anal. O aumento da pressão do músculo do esfíncter anal resulta em uma diminuição do fluxo sanguíneo para o local da lesão, prejudicando a cicatrização da ferida. As evacuações subsequentes resultam em mais dor, mais espasmo anal, diminuição do fluxo sanguíneo para a área e o ciclo se propaga. As estratégias de tratamento visam interromper esse ciclo para promover a cicatrização da fissura. As causas menos comuns de fissuras incluem doenças inflamatórias, sexo anal, certas infecções, sífilis, tuberculose, leucemia, HIV / AIDS ou tumores anais.
Sintoma
Muito comumente, as fissuras anais são diagnosticadas erroneamente como hemorróidas pelo paciente ou pelo médico devido a alguns sintomas semelhantes entre as duas. Os sintomas típicos de uma fissura anal incluem dor e sangramento com a passagem das fezes, e a dor pode persistir até por algumas horas. Entre as evacuações, os pacientes com fissuras anais costumam ficar relativamente assintomáticos. Muitos pacientes têm medo de evacuar e tentam adiar a próxima evacuação fazendo com que as fezes fiquem ainda mais endurecidas. Nos episódios crônicos os pacientes também se queixam de inchaço na borda anal e aumento do volume das peles ou plicomas.
Tratamento Não Cirúrgico
A base do tratamento é corrigir o agente causador. Mudanças de hábitos estão sempre associados ao tratamento de doenças orificiais. Deve-se aumentar a ingestão de fibras e até fazer uso dos suplementos, beber mais água e caso necessário utilizar laxantes osmóticos que mantenham as fezes macias até a cicatrização correta. Os antidiarreicos e repositores de flora podem ser necessários quando a causa é a diarréia. Banhos de assento por 10-20 minutos várias vezes ao dia (especialmente após as evacuações) são calmantes e promovem o relaxamento dos músculos anais, ajudando no processo de cicatrização.
Pomadas com a combinação de lidocaína para melhora da dor e medicamentos como diltiazem, nifedipina ou nitroglicerina que atuam no relaxamento do músculo do esfíncter anal com consequente aumento do fluxo sanguíneo, facilitam a cicatrização.
As fissuras podem reaparecer facilmente e é bastante comum que uma fissura totalmente curada reapareça após evacuação endurecida ou outra lesão. Mesmo quando a dor e o sangramento tiverem diminuído, é muito importante manter os bons hábitos intestinais e uma dieta rica em fibras como uma mudança sustentada no estilo de vida. Se o problema retornar sem uma causa óbvia, uma avaliação adicional pode ser necessária.
Tratamento Cirúrgico
Quanto as opções de intervenções, temos a injeção de toxina botulínica (Botox®) e a esfincterotomia lateral interna, porém precisa ser muito bem avaliado pelo seu cirurgião a indicação cirúrgica e os possíveis riscos individuais. O objetivo da cirurgia é ajudar a relaxar os músculos do esfíncter anal, o que reduz a dor e os espasmos, permitindo a cicatrização da fissura.