Se você já ouviu ou já disse algumas dessas frases, precisamos acender o alerta para o Vaginismo.
“Nunca consegui ter penetração. Fico nervosa só de pensar em me relacionar com alguém e evoluir para o sexo.”
“Sou casada há 4 anos. Vivo bem com meu marido sem penetração, porém queremos ter um filho e não sei mais o que fazer.”
“Casei virgem recentemente e não consegui perder a virgindade. Preciso de ajuda, tem algo de errado com a minha vagina.”
Mas vamos entender primeiro do que se trata o Vaginismo?
Podemos dizer que vaginismo é a tensão ou contração involuntária acentuada da musculatura do assoalho pélvico durante tentativa de penetração, impossibilitando penetração completa ou parcial.
A contração ocorre nos músculos do períneo, chegando a envolver o ânus e em alguns casos também a parte interna dos músculos da coxa e barriga. Sua intensidade pode variar de ligeira, tolerando algum tipo de penetração, a grave, impossibilitando qualquer penetração.
O vaginismo pode ser primário ou secundário. Primário é quando a dificuldade sexual se manifestou desde a primeira tentativa de penetração e secundário é aquele que surge após um período de vida sexual ativa.
As causas dos músculos do assoalho pélvico contraírem acontecem como um ciclo vicioso: a dor na relação gera mais contração, que gera mais dor e mais evitação da relação. Chega a um ponto que só de imaginar em ter relação sexual a mulher pode contrair a musculatura e sentir dor.
Uma das causas para a ocorrência do vaginismo é a ansiedade por medo antes da penetração vaginal.
Os fatores que contribuem para o vaginismo geralmente estão ligados à:
- educação sexual repressora e punitiva,
- influências das crenças religiosas
- e também vivências sexuais traumáticas.
Existem também as causas físicas, como anormalidades do hímen, anormalidades congênitas, atrofia vaginal, endometriose, lesões na vagina, tumores e infecções sexualmente transmissíveis. Essas causam dor e, em algumas situações podem evoluir para vaginismo e vuldonínia.
A mulher com vaginismo, mesmo com essa condição pode ter desejo, excitação, lubrificação e orgasmo, conseguindo ter outras formas de prazer sexual que não seja a penetração. Porém, sabemos que para grande parte dos casais a penetração tem sua importância, ainda que não seja fator determinante para o prazer feminino.
Ao notar que tem algum desconforto e algum grau de dificuldade no momento da relação sexual, é importante não forçar a penetração e buscar ajuda profissional.
O atendimento multidisciplinar é importante em várias circunstâncias e não seria diferente com o Vaginismo.
Na terapia sexual trabalhamos na causa e com o foco na melhoria dos sintomas, relaxamento, culpa e crenças que contribuem para o sofrimento da mulher que não consegue a penetração.
Alguns dos recursos de fisioterapia são técnicas de terapia manual, dessensibilização associada ao uso de dilatadores, respiração diafragmática, exercícios para o assoalho pélvico, diferentes modalidades de estimulação elétrica e termoterapia.
Relate a sua ginecologista a sua queixa e em conjunto busque a Terapia Sexual para o diagnóstico com tratamento adequado e humanizado para a sua queixa.
